FESTAS DE VERÃO

Elas são muitas, e espalhadas por todos os recantos deste País, em honra deste e daquele Santo padroeiro, por este e p’lo outro motivo, elas aproximam gentes e congregam interesses de várias ordens, e a música está sempre presente, desde as Bandas Sinfónicas ás de Rock dos Grupos de Baile aos Artistas, Ranchos Etnográficos, Fados e Guitarradas e as Rádios patrocinam estes eventos, onde as gentes, os aromas, as cores, as luzes e a música, estão sempre de mãos dadas numa simbiose perfeita e prontas a serem digeridas na maior das perfeições.

Porque não uma festa da Rádio? uma festa com sabor a Verão. Apenas uma festa.

Eu estive lá

Eram talvez pouco mais de 12 mil pessoas, que salpicavam as bancadas e o relvado do estádio do Dragão, quando os Dandy Warhols, às 20h00, subiram ao palco e tentaram cativar o público, mas com uma actuação modesta, o quarteto talvez tenha sentido algumas dificuldades e até uma certa frieza do público, porque o calor da noite e as energias, estavam reservadas para os Stones.

"Jumpin' Jack Flash" serviu de abertura ás expectativas contidas das quase 50 mil pessoas que esgotavam o estádio do Dragão, duas explosões de grande sonoridade envolvidas por muitas imagens futuristas, num ecrã gigantesco, as luzes acendem e eles aí estão!... são mesmo os Rolling Stones.

Os olhares concentram-se na figura de Mick Jagger, que veste um colete rubro, que contrasta com o negro da restante roupa. No palco, o líder dos Stones agita-se com uma irrequietude juvenil, como se pretendesse recusar os seus 63 anos; mais calmos, Keith Richards - recuperado dos seus problemas de saúde -, Ron Woods e Charlie Watts desempenhavam na perfeição a missão de guardiães de um templo e de um tempo de rock.

"Boa noite, Porto!", diz Jagger, num português compreensível; iniciava-se assim "It's only rock n' roll"; o público vibra, o entusiasmo é grande e Jagger torna a dirigir-se para a plateia, e diz "é um prazer tocar pela primeira vez nesta linda cidade".

Quando, ao fim de oito músicas cuidadosamente estudadas e alinhadas numa simbiose perfeita entre os velhos temas e os mais recente, Mick Jagger veste o papel de apresentador e apresenta um a um os músicos, é Keith Richards quem recebe os maiores aplausos "It's good to be back", soletra Richards, de cigarro na mão, apresentando o tema seguinte, "Slipping away", que o próprio interpreta.

Mick Jagger, incrivelmente irrequieto durante todo o concerto, conduziu com mestria os seus companheiros do grupo, deslumbrando com as suas poses e movimentos das ancas os cerca de 50.000 espectadores.

O momento alto do espectáculo aconteceu quando a parte central do palco se elevou, deslizando por um corredor central até meio do relvado, onde os membros da banda ficaram mais próximos do público; foi um festival de luz e de som, e ainda para ver um Mick Jagger imparável.

Se dúvidas havia, este concerto confirmou que os Stones recuperaram anos de vida, desfrutando em pleno, e em palco, o que de melhor estes anos de carreira lhes deram. Em grande estilo «A Bigger Bang» terminou num fabuloso encore com «Satisfaction».

Rolling Stones "A Bigger Bang Tour" no Estádio do Dragão

Só os lendários e míticos Rolling Stones, me impõem nesta altura do ano os preparativos para assistir ao concerto "A Bigger Bang Tour" no Estádio do Dragão, no próximo dia 12 de Agosto.

"A maior banda de rock do mundo", que faz transportar todo o seu equipamento para o concerto em 126 camiões TIR, com os quatro membros integrantes a somarem qualquer coisa como 249 anos, sem dúvida que merece o título de “mais velho conjunto de rock do mundo”. O baterista Charlie Watts tem 65 anos, o segundo guitarrista, Ron Wood já completou 59, Keith Richards com 62 e Mick Jagger que já completou os 63, mas que tem uma vitalidade que deixa embaraçado qualquer jovem, vão esgotar de certeza o Estádio do Dragão.

Hits como Satisfaction, Start Me Up, Miss You e Angie, vão estar em cima do palco trazidos pelos “avós do rock" e "reis do marketing", em função dos enormes custos da sua tour e do seu prestígio.

Eu vou lá estar!... e depois contarei o resto.

Jorge Palma na Feira de S. João 2006 em Évora

Programei as minhas voltas para assistir a mais um concerto do Jorge Palma na Feira de S. João em Évora. Como a RTA era a rádio oficial do certame, muni-me do gravador portátil, e zarpei em direcção ao local do concerto, pronto para mais uma vez ouvir, aquele que considero ser um dos maiores e melhores vultos de sempre da música portuguesa.

Um pianista genial... Enquanto os seus dedos percorrem as teclas do piano, o corpo balança e os seus pés não param de saltitar em palco. Um grande compositor, mas um mau artista, que faz rir quem o vê naquele estado de embriaguês.

Eu já te vi bem, "Jorge", e até falei contigo, mas desta vez não era possível conversar. “Eu vou continuar a ver-te” mesmo que saia antes do espectáculo terminar. E vou continuar a dizer que vale a pena ver Jorge Palma!....

Um abraço para ti Jorge.