quinta-feira, junho 07, 2007

Queima das Fitas 2007 Hipódromo de Évora



Grandes noites na queima das fitas 2007, no Hipódromo de Évora

“Tony Carreira”

As expectativas eram muito elevadas, para a primeira aparição de Tony Carreira numa queima das fitas. “A vida que eu escolhi” deu abertura ao espectáculo e, depois de dizer “boa noite Évora”, disse “esta é a minha primeira”; Tony referia-se, assim, à queima das fitas. Évora teve o privilégio de ser escolhida para esse efeito, mas a noite de domingo, fria e chuvosa, afastou muitos fãs do artista do queimódromo. Mas o seu profissionalismo não deixou o crédito por mãos alheias, no final, tive a oportunidade de conversar com ele que me referiu: “ter gostado muito da experiência de Évora, não saberia se iria repetir, seria assunto para pensar.” Em relação ao seu último álbum referiu: “Ter 6ª platina e que estava a preparar um grande concerto para Lisboa, com uma Orquestra Sinfónica.”

“MAU” – Man And Unable

Fundados em 2004, na Dinamarca, e compostos maioritariamente por portugueses, conseguiram de certa forma contagiar o público que estava presente no queimódromo. Não definiria um estilo musical para os MAU, que vai desde o Pop electrónico, passando por um Rock diferente até ao Hip-Hop. A banda que até tem alguns rasgos de humor sarcásticos e provocadores, convida a subir ao palco uma jovem do público que, durante a interpretação de um dos temas da banda, era sexualmente atormentada por um coelhinho brincalhão, que causava alguns embaraços à convidada e não só! Uma das pessoas presentes no público, quando lhe perguntei se tinha gostado da banda, retorquiu de uma forma bastante sintética, dizendo: “MAU é mesmo muito bom!”

"Marco Horácio esse Rouxinol Faduncho"

Com um boneco perfeito do típico Fadista gingão e disposto a recuperar para o palco este género de fado, ele foi, nesta queima, o comunicador nato. Ele, que conduziu e interagiu quando e como quis com público presente no queimódromo, foi muito bem recebido nesta Queima 2007. No final Marco Horácio disse-me: “que estava muito contente com este público e com o comportamento dos seus cães de loiça, por estes serem muito obedientes! e quer continuar este trabalho de recuperação de tradições nesta área do fado”.

"FF e D’zrt"

Se esta era uma noite reservada aos teenagers, a verdade é que também havia alguns papás. A abertura coube ao FF, uma cara conhecida através do pequeno écran e dos Morangos, mas que não quis deixar os seus créditos por mãos alheias, secundado por uma excelente voz feminina e uma boa banda de suporte; FF conseguiu concentrar ainda mais as suas atenções quando referiu que Évora era um local aonde há muito sonhava actuar, pois tinha sido aqui, na Academia de Música de Évora, que tinha iniciado os seus estudos musicais, dos quais guardava gratas recordações; no final referiu-me: “Que tinha adorado este concerto e que iria continuar a trabalhar nas diversas vertentes, sem esquecer o curso de teatro profissional que está a fazer em Cascais, e que quer regressar de novo a Évora”.

Os D’zrt estiveram iguais a si próprios, Paulo Vintém, Angélico, Vítor Fonseca e Edmundo, continuam o trabalho da banda, sem ainda terem conseguido descolar das personagens da novela dos Morangos com Açúcar.

"Da Weasel"

Foi sem dúvida a grande noite da queima 2007; foram muitos os milhares de fans da banda de “Escárnio e Mal dizer” presentes no queimódromo, com cartazes de apoio à banda de Pac, Virgul e companhia. Os Da Weasel estavam preparados para assumir um grande concerto e conseguiram esse objectivo. O público vibrava em cada música da banda e, a certa altura do concerto, Pac começou por eleger algumas das melhores frases de apoio à banda, que se liam em cartazes, destacando até duas delas. “Virgul mete-me um ponto” e “Pac faz-me um filtro”; acabou, então, por eleger este concerto como aquele que melhores frases tinha e com um público excelente.
A Banda. depois de terminar e sair, foi obrigada a regressar para o encore final que fechou com o tema “Dialectos de Ternura” onde os milhares presentes entoavam o refrão:

Uhhh, Uhhh – Yeah,Yeah
Faz, faz – Bé Bé
Uhhh, Uhhh – Yeah,Yeah
Faz, faz – Bé Bé

"Rui Veloso"

Coube ao bluesman português a responsabilidade de fechar uma das queimas das fitas mais diversificadas dos últimos tempos; eu era daqueles que dizia que o concerto de Rui Veloso iria depender, em muito, da moldura humana presente no queimódromo. A pouco e pouco as coisas foram-se compondo e, quando Rui Veloso subiu ao palco, eu já não tinha dúvidas. Durante mais de duas horas, Rui Veloso levou-nos a ouvir músicas de alguns álbuns como: Ar de Rock, Fora de Moda, Mingos e os Samurais, Lado Lunar, Avenidas…enfim um passeio pela sua discografia; ainda falou do projecto dos seus amigos Rio Grande e da Tour Vinícola/Gastronómica que fizeram pelo País; depois, pediu um pouco de vinho tinto, bebeu, elogiou o vinho Alentejano e prosseguiu o concerto, sempre numa toada de grandes malhas na guitarra, ao jeito de blues, Não há Estrelas no Céu fechou o concerto.
No regresso para o encore final Rui Veloso tocou alguns temas acústicos e fechou com A paixão (Segundo Nicolau da viola), e com milhares de pessoas a cantaram em coro com Rui Veloso e a fechar assim a queima das fitas 2007 em apoteose.

Apenas uma nota final, para os Eborenses que estivreram presentes nesta queima, com uma prestação ao nível daquilo que já nos habituaram.

Um abraço para a AAUE na pessoa do seu presidente.